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Por onde anda Odete Roitman?

Sem dúvida alguma, Odete Roitman foi a maior de todas as vilãs da teledramaturgia brasileira. Inesquecível, sempre que surge uma outra vilã nas telinhas, lá vem o povo e a mídia comparar as personagens com esta que é a primeira-dama da maldade televisiva.

De Perpétua (Tieta) à Carminha (Avenida Brasil), passando por Flora(A Favorita) e Nazareth Tedesco (Senhora do Destino), todas as vilãs estão fadadas a embarcar nesta viagem ao passado, rumo a um embate comparativo de interpretações, que pelo visto jamais terá fim. Afinal, quem ousaria tirar a majestade da imortal Odete Roitman?



Na época da novela, a pergunta – Quem Matou Odete Roitman? – tomou conta da imprensa e da vida dos brasileiros. O Brasil parou e a repercussão foi internacional. Você se lembra (ou já encontrou aqui mesmo no nosso site): quem a matou foi a Leila (Kássia Kiss). Porém, a pergunta de hoje é...o que foi feito de Odete Roitman após Vale Tudo? Vamos saber um pouco mais sobre esta grande dama da TV, do Cinema e do Teatro – Beatriz Segall:

Nascida Beatriz de Toledo no Rio de Janeiro em 25 de julho de 1926. Era professora de francês e começou a estudar teatro no início dos anos 1950.

 

Em Paris, conheceu Maurício Klabin Segall (filho do pintor judeu lituano Lasar Segall e da tradutora Jenny Klabin) com quem se casou em 1954 e teve três filhos: o diretor de cinema Sérgio Toledo Segall, Mário (arquiteto e professor) e Paulo. Nessa época, abandonou a carreira para retomá-la somente em 1964.

Recebeu vários prêmios na carreira, dentre os quais, Governador do Estado, Prêmio Shell, Mambembe. Interpretou personagens que marcaram a história da televisão brasileira, como Lourdes Mesquita, de Água Viva, em 1980, mas foi a personagem de Odete Roitman, de Vale Tudo em 1988, da Rede Globo, que marcou sua carreira televisiva.

Sua carreira teatral começou em 1950, com a peça Le Bel Indifférent, de Jean Cocteau. Sua estreia como atriz profissional aconteceu na montagem da peça "Manequim", de Henrique Pongetti, em 1952. Atuou também em “A Grande Imprecação Diante dos Muros da Cidade”, “Frank V”, "À Margem da Vida”, “Maflor”, entre outras. Em 1985, com o monólogo “Emily”, tem um de seus melhores momentos no palco, recebendo diversos prêmios. Outros sucessos seguiram-se, como em “O Manifesto” e “Três Mulheres Altas”- pelo qual recebeu o prêmio Mambembe de melhor atriz de 1995.

Na TV, sua primeira novela foi Lever no Espaço, em 1957. Interpretou muitos personagens marcantes como Celina, de Dancin' Days (1978); Lourdes Mesquita, de Água Viva (1980); Miss Brown, de Barriga de Aluguel (1990); e Clô, de Anjo Mau (1997). Mas foi como Odete Roitman, da novela Vale Tudo (1988) que Beatriz ficou imortalizada.

No Cinema, ficou conhecida por A Beleza do Diabo (1951), Desmundo (2003), e Família Vende Tudo (2011). Outras filmes importantes foram : Cleo e Daniel (1970), de Roberto Freire; À Flor da Pele (1976) e O Cortiço (1978), ambos de Francisco Ramalho Jr.; Diário da Província (1978), de Roberto Palmari; Os Amantes da Chuva (1979), de Roberto Santos; Pixote (1981), a Lei do Mais Fraco (1988), de Hector Babenco, e Romance, de Sérgio Bianchi.

Enfim, por onde anda...

- Em 2011 voltou a interpretar uma vilã na TV, Maria Beatriz, na minissérie global Lara com Z de Aguinaldo Silva.
Atualmente (2012), está com 85 anos, sendo 61 de carreira (nossa!). Divorciada (o ex-marido já faleceu), com 3 filhos e 7 netos, mora em São Paulo e tem apartamento no Rio de Janeiro.

- Está na ativa. Com Herson Capri na peça “Conversando com Mamãe” e também na novela Lado a Lado, no papel de Madame Besançon , uma professora de Francês – vejam, a arte imitando a vida real

- Em suas últimas entrevistas, mantém-se firme, cheia de personalidade. Não perdeu a altivez. Confiram:
“Não tenho interesse (em assistir novelas). Só vejo jornal“

- "Não sou velha, aos 85 anos sou no máximo antiga“

- “Na televisão você não se oferece, você é chamado. Você não escolhe, é escolhido”

- Sobre Odete Roitman: “Foi um grande personagem da história da TV, foi excelente. Mas sou muito mais que Odete Roitman.” e "Odete me persegue até hoje!”

Frases Marcantes

Relembre algumas frases desta personagem, que era praticamente um Caco Antibes de tailleur:

“Você acha que eu vou pegá-los no aeroporto? Eu acho a coisa mais jeca dar plantão em aeroporto. Eles até colocaram vidro para as pessoas não verem quem está chegando, mas mesmo assim as pessoas colocam o nariz no vidro, penduram criancinha pra dar 'tchau'. Eu vou mandar o chofer.”

“Nunca vi gostar tanto de fazer hora extra como trabalhador brasileiro.”

“O Brasil é um país de jecas. Ninguém aqui sabe usar talher de peixe.”

“Chinelo, chinelo... Que palavra horrível! Português é uma língua tão chinfrim.”

“Você reserva pra mim um desses hotéis limpinhos que tem aí? De preferência um que não tenha um bando de mendigos na porta tentando agarrar a gente. Avisa também na recepção do hotel que eu detesto ver um monte de brasileiros na porta do meu apartamento falando português. Quanto menos eu ouvi falando português, melhor.”

Odete Roitman está entre as maiores vilãs da história.

Rosangela Vidal

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