Por onde anda o REM?



Considerada uma das maiores bandas de Rock Alternativo dos Estados Unidos, o R.E.M., durante seus 31 anos de história, marcou pelos vocais caracteristicos e versáteis de Michael Stipe, pela guitarra arpejada de Peter Buck e pelo baixo melódico de Mike Mills. Pioneiros no segmento, romperam a barreira do underground emergindo às paradas de sucesso, desta forma, preparando terreno para toda uma geração de bandas alternativas que iniciariam suas atividades a partir dos primórdios dos anos 1990.

Até hoje, são lembrados por suas canções surpreendentes, calorosas, potentes, melódicas e na maior parte das vezes, com uma pitada de melancolia. Hits foram emplacados de quase todos os álbuns da carreira da banda (foram 14 álbuns de inéditas, no total, fora álbuns ao vivo e compilações, o que resultam em 22), o que contribui para que até hoje, 5 anos após a dissolvição da banda, ainda sejam aclamados como uma das principais bandas alternativas do mundo e suas canções continuem sendo executadas em rádios e em pistas de dança do mundo todo.

Outra característica bastante marcante da banda, é o fato de permanecerem em união desde o início até o fim das atividades, exceto pela saída de Bill Berry, em 1997, devido à problemas de saúde e voltar-se à vida no campo. Em respeito à esta união, Bill não foi substituído e a banda passou a se apresentar em trio. Após 31 anos de estrada, a banda chega a conclusão de que era a hora de dar um basta. Em 21 de setembro de 2011, a seguinte mensagem foi postada no site oficial da banda:

"Para nossos fãs e amigos: Como R.E.M., e como amigos da vida toda e co-conspiradores, decidimos acabar a banda. Vamos embora com muita gratidão por tudo o que conquistamos. Para quem já se sentiu tocado por nossa música, nosso mais profundo agradecimento pela atenção."

Michel Stipe, Peter Buck e Mike Mills aproveitaram para dizer algumas palavras a respeito do fim da banda.
"Um homem sábio certa vez disse: a habilidade em ir a uma festa é saber a hora de ir embora. Nós construímos coisas extraordinárias juntos, e agora vamos nos distanciar disso. Espero que nossos fãs percebam que essa não foi uma decisão fácil, mas tudo tem seu fim e nós queríamos fazer isso agora. Nós gostaríamos de agradecer a todos que nos ajudaram a ser o R.E.M. nestes 31 anos. Nossa maior gratidão a quem nos permitiu fazer tudo isso. Tem sido incrível", disse Stipe.



"Uma das coisas ótimas sobre estar no R.E.M. foi o fato de que essas músicas e discos significavam muito pra gente tanto quanto pros nossos fãs. E ainda são. Ser parte de várias vidas é um dom inacreditável. Obrigada. Nós ainda somos grandes amigos. Eu sei que os verei no futuro, assim como sei que verei cada um que nos apoiou ao longo dos anos. Mesmo se for só alguém na loja de discos, ou em um clube, vendo um grupo de garotos de 19 anos tentando mudar o mundo", escreveu Buck.

"Durante nossa última turnê, começamos a nos perguntar o que faríamos depois. Trabalhar com música por mais de três décadas foi uma tremenda jornada. Sempre fomos uma banda no sentido mais real da palavra. Nos sentimos pioneiros nisso, não há brigas, não há advogados. Tomamos essa decisão amigavelmente. O tempo parece certo", disse Mills.

Com o fim da banda, Michael Stipe preferiu se isolar um pouco do meio musical. Discreto até mesmo enquanto lider do R.E.M., Stipe foi pouco citado nos primeiros anos após o término da banda, devido sua total atenção às artes visuais e fotografia. Somente em 2013, após 2 anos do fim do R.E.M., Stipe voltou ao mundo da música com a trilha sonora do filme "The Cold Lands". No ano de 2014, voltou aos palcos em um show solo surpresa em Nova Iorque, tocando músicas do R.E.M. e alguns covers.

No mesmo ano, Stipe volta a virar notícia ao anunciar a venda de uma cobertura avaliada em quase 10 milhões de dólares. O motivo seria a compra de uma cobertura, ainda maior, para abrigar suas obras de arte.

Em 2016, fez sua primeira aparição na televisão após o término do R.E.M., em homenagem a David Bowie, canta "The Man Who Sold The World", no programa "The Tonight Show", de Jimmy Fallon.

Já Buck e Mills não se ausentaram tanto dos holofotes. Tanto o ex-guitarrista e ex-baixista do R.E.M. permaneceram na música após o término da banda. Peter Buck desde que encerrou com o R.E.M. não parou mais de trabalhar. Seus trabalhos e contruições são desconhecidas do grande público, suas apresentações são em clubes e em grande parte das vezes, com velhos amigos. Em 2016 co-produziu o álbum "Paging Mr. Proust", da banda Jayhawks. Excêntrico, lança seus álbuns solo somente em vinil, como por exemplo "I Am Back to Blow Your Mind Once Again", lançado em 2014 e "Warzone Earth", de 2015. Ambos os discos foram lançados pelo selo independente Mississippi Records.

Após o fim da banda, o baixista Mike Mills manteve seus projetos paralelos ao R.E.M., as bandas The Baseball Project e o Big Star's Third. Em 2012, contruibuiu tocando piano com Patterson Hood, da banda Drive-By Truckers, para um single do projeto "Record Store Day".

Em 2016, saiu em turnê com Robert McDuffie, seu amigo de infância, para divulgarem o projeto "Concerto for Violin & Rock Band".

21/11/2016 - Isabelle Biasetto

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