Coletâneas

New Romantics

Coletânea indispensável à geração 80. Não bastasse o nome perfeito da coletânea para representar a geração 80, as músicas são a marca da década. As bandas/músicas deste CD representam boa parte do que se convencionou chamar de the cream of the 80s (a nata dos 80), faltando apenas algumas poucas referências como New Order, Depeche Mode, PSB.

A melhor coletânea de anos 80 lançada no Brasil. Reúne algumas das melhores bandas, além das menos conhecidas que fizeram a história do New Romantic. Desde o fabuloso Human League até a voz estridente de Clare Grogan do Altered Images, entre outras maravilhas, cubrindo o que realmente rompeu padrões nos 80. Não trata de coisas que já existiam nos 60, 70. Ela se dedica ao som caraterístico da década, ao movimento que inaugurou o som da década de 80. A revolução nos conceitos, moda, música e até nos timbres e instrumentos.

Tudo que virou moda nos anos 80, dominando a década, virando sua marca, começou, com os primeiros seguidores do Kraftwerk e do álbum Autobahn, a maior referência citada pelas bandas dos 80.

FICHA

"New Romantics"
21 faixas

Faixa a Faixa:
01. The Look Of Love - ABC
02. Feels Like Heaven - Fiction Factory
03. Love Action (I Believe In Love) - Human League
04. To Cut A Long Story Short - Spandau Ballet
05. Do You Really Want To Hurt Me - Culture Club
06. Living On The Ceiling - Blancmange
07. Don't Go - Yazoo
08. Wishing (If had A Photograph Of You) - A Flock Of Seagulls
09. Love On Your Side - Thompson Twins
10. Perfect Skin - Lloyd Cole
11. Wouldn't It Be Good - Nik Kershaw
12. Don't Talk To Me About Love - Altered Images
13. Fade To Grey - Visage
14. Vienna - Ultravox
15. Favourite Shirts (boy Meets Girl) - Haircut 100
16. Tainted Love - Soft Cell
17. It's My Life - Talk Talk
18. Everybody Have Tonight - Wang Chung
19. She Blinded Me With Science - Thomas Dolby
20. I Want To Be Free - Toyah
21. Stand & Deliver - Adam & Ants

E com essa influência Kraftwerkiana na música, Bowie e Ferry no visual, nascia o New Romantic. Substituição do arcaico som acústico, pertencente às décadas anteriores, pelo uso magistral dos teclados. A substituição do visual 'largado', sujo e mulambo dos músicos de então, pela elegância. A preocupação com o que vestir; tomar banho mesmo, se arrumar, nascia o uso em massa do gel por adolescentes, sapatos de camurça e o domínio da calça baggy, estilo e música. Nascia também, a real produção do videoclipe. Antes dos New Romantics, existiam apenas cenas de bandas tocando, o que nada mais eram do que gravações de show ou mesmo as de estúdio, nada do que pode ser chamado de videoclipe, graças a essa preocupação com a qualidade e com o que usar que só os New Romantics tiveram até então. Outra característica que iria ser totalmente marcante da década, começava ali, meio que ligada às anteriores. A subsituição do visual fedorento dos roqueiros de antes, fora substituído pela androginia e o ultra-romantismo, marcando o início da nova década, no comportamento, visual e letras dos New Romantics. Os românticos modernos, podemos assim traduzir o termo, que recuperam o romantismo e também introduzem novos comportamentos. Também chamados de futuristas, os New Romantics, formaram a base da década de 80.

A coletânea é uma ótima referência para quem quer conhecer mais anos 80, ou mesmo conseguir aquela música que sempre procurou da década. A coletânea peca pela falta de duas bandas, grandes ícones New Romantics. O Duran Duran, que foi referenciado (e reverenciado) na capa (cenas inicial e final do clipe Planet Earth, pai dos videoclipes, da década do nascimento do videoclipe, referência extremamente precisa); e o Classix Nouveaux, o que não tira a imensurável qualidade da melhor coletânea de 80 já lançada por aqui. Mas também há surpresas agradabilíssimas e algumas presenças que não se encaixam, diria 'literalmente' no termo New Romantic, mas ajudam a resumir a época. A época? Inglaterra: 81-84. Sim, é verdade, o New Romantic começa antes, como a própria coletânea já cobre, 79, 80, com Gary Numan, Ultravox, Visage e Human League, mas o auge do movimento se deu entre 81-84, no limite 85. As influências centrais do movimento vinham de Kraftwerk (centralmente a música The Model, seu tema, notas, músicas, visual tem um papel preponderante na formação dos New Romantics), David Bowie e Roxy Music. Vocais afetados 'bowísticos' unidos a instrumentais Kraftwerkianos. Futurismo e androginia num único espaço!

A coletânea cobre hits inesquecíveis que chacoalharam as pistas dos 80, como Yazoo, Soft Cell (41 semanas no top inglês - recorde ainda imbatível no Guiness Book) e Thomas Dolby .

Songs perfeitas para o warming-up de pista não foram deixadas de fora, A maravilhosa Wishing do A Flock of Seagulls, um símbolo da geração 80; Talk Talk, Visage, ABC, Fiction Factory (que ficou 20 anos sem ser tocada na rádio), Thompson Twins... Além das mais cadenciadas e apaixonantes: Culture Club, Ultravox, Nik Kershaw .

A coerência New Romantic mais forte fica por conta do Spandau Ballet. Escolheram a música mais New Romantic deles: To Cut a Long Story Short, apesar de menos famosa por aqui! Já o Adam and the Ants é difícil classificar. Sim fez parte do que se convencionou chamar de New Romantic, mas o que  mesmo eles tem de NR? O visual? Só... até gosto, mas não passa de uma quase New Romantic, só conseguiam imitar o visual, porque musicalmente, sorry, estavam muito aquém de sua época. Já o Human League totalmente technopop, também teve suas aventuras New Romantics e Love Action realmente se encaixa muito bem na coletânea. Outra surpresa agradável é Living on the Ceiling do Blancmange, que sim é um pouco de tudo, New Romantic, industrial, technopop anglo-árabe em algumas songs adoravam misturar a tecnologia do technopop alemão e inglês com a sonoridade mais rústica, mas feita em sintetizadores, da música árabe.

Enfim um álbum completo, que engloba quase por inteiro o que teve real importância na primeira metade da década de 80. Claro que uma coletânea nunca conseguirá reunir tudo, mas o mais próximo que uma coletânea chegou foi nesta compilação.

Marcos Vicente