O Vôlei nos anos 80 - Parte 1 – Seleção Masculina

A Seleção masculino de vôlei do Brasil, há muitas décadas provou que tem uma superioridade muito invejada por outros países. Embora aqui no nosso país, a maioria não acompanhe este esporte, e pouco se dá atenção e o devido valor.

O criador do Voleibol foi o Norte-americano William Morgan diretor do departamento de Educação Física da Associação Cristã de Moços (A.C.M no Brasil, ou YMCA) de Massachusetts.

Nossa seleção é invicta em muitos campeonatos Mundiais, sem contar que tem uma bela coleção de vitórias e records, tanto na equipe masculina, como na feminina. Sem contar que é a única equipe que participou de todas as edições Olímpicas, desde a inclusão deste esporte em Outubro de 1964 no Japão.

Aqui nós vamos abordar a década de 80, onde este esporte começou a ter destaque no mundialito de vôlei disputado no Brasil e nas Olimpíadas, Campeonatos da Liga Mundial, e onde surgiram grandes jogadores como Montanaro, Renan – com o seu saque “Viagem ao Fundo do Mar”, que ia direto ao fundo da quadra do adversário, e parecia que ia prá fora, mas caía dentro e perto da linha - William e Bernad – que criou o saque “Jornada nas Estrelas”! Os jogadores e técnicos de outros países ficavam “malucos” com esta jogada, que SEMPRE caía na quadra adversária, e ninguém conseguia pegar para fazer o contra-ataque.


Os campeonatos que participamos são os seguintes:

Campeonatos Internacionais:

Torneio Olímpico de Voleibol: a cada quatro anos, desde 1964
Campeonato Mundial de Voleibol: a cada quatro anos, desde 1949 (homens) e 1952 (mulheres)
Copa do Mundo: a cada quatro anos, desde 1965 (homens) e 1973 (mulheres)

Liga Mundial: anualmente, desde 1990

Grand Prix: anualmente, desde 1993

Copa dos Campeões de Voleibol: a cada quatro anos, desde 1993

Na década de 80, as maiores potências do Vôlei no mundo, e maiores adversários do Brasil eram: União Soviética, EUA, Bulgária, Itália, Romênia e Cuba. Eram as disputas mais emocionantes.

Em 1982, o Brasil o mundialito de vôlei e em um jogo histórico o Brasil conquista sua primeira de ouro de expressão mundial, ao vencer a imbatível até então, União Soviética por 3x2. Uma partida que entrou para a história e ficou na memória de todos, inclusive o DJ Marcos Tarchiani Vicente, que considera essa partida o marco do aparecimento do vôlei para o público brasileiro: “nessa noite a maioria das TVs estavam ligadas para assistir uma final que pela primeira vez não era de futebol, ali nascia a geração que popularizou o vôlei no país, Renan, Xandó, William, Bernard, Montanaro, o vôlei virou uma febre, jogávamos na escola, na rua, uma verdadeira revolução no até então, país do futebol”!

Nas Olimpíadas de 1984, nossa seleção masculina conquistou a medalha de Prata, perdendo para os EUA (outra potência na época. Hoje em dia, eles estão um pouco apagados nesta modalidade). Ganhamos 2 Olimpíadas, em 1992 na Espanha, e em 2004 na Grécia. No Feminino, Ganhamos em 2008, China.

Porém, no Campeonato Mundial de 1986, o Brasil teve um outro potente adversário: em um jogo contra a França, onde 1 dos Sets durou mais de 1 hora!!! Foi o 3º. Set, e a bola não caía nunca no chão, cada ponto foi disputado arduamente. Isso porque a pontuação era diferente de agora: para que contássemos 1 ponto, a time deveria ter sacado aquela bola. Quando o time ganhava o direito de saque, não era computado 1 ponto, e sim uma “vantagem”. Assim, o Set terminava com 15 pontos. Porém já valia a regra que deveria fechar o set com uma diferença de 2 pontos (no mínimo, 13 X 15). Este Set terminou 20 x 18. O Brasil acabou ganhando esta partida.

Por acaso, neste ano, o Brasil estava sofrendo com várias competições contra a França. Tinha perdido prá França no Futebol, havia a disputa de Senna contra Prost nas pistas de F1. Então, saiu uma matéria no jornal do dia seguinte deste jogo de Vôlei com a seguinte Manchete: “Finalmente o Brasil ganhou da França!”.

Na olimpíada de 88, em Seul, o Brasil chegou todo desfigurado, depois de uma absurda teimosia do Carlos Arthur Nuzman (na época presidente da Confederação Brasileira de Voleibol), aliás teimosia do Nuzman parece pleonasmo, ele sempre aprontava uma e o pior como prêmio foi subindo de cargo até chegar a presidência do COB, mas isso é outra história. Nuzman colocou um técnico sul-coreano para dirigir a seleção brasileira que praticamente desintegrou a geração de 82-86, após um abaixo-assinado dos jogadores para mudarem o técnico, Nuzman, numa absurda teimosia, mandou embora os jogadores, e desconvocou todos que estavam no abaixo assinado. Resultado, os melhores jogadores da seleção estariam fora da Olimpíada. Aí em cima da hora, com os péssimos resultados da fase preparatória, o técnico da seleção cai, apenas um mês antes da Olimpíada. Os jogadores são convocados às pressas por Bebeto que assume a direção da equipe, mas aí já não havia mais tempo para preparação, o que não poderia dar em outro resultado. Ficamos em quarto lugar na Olimpíada, perdendo para a Argentina na disputa pelo bronze, seleção que já era ‘freguesa’ da seleção brasileira em todos os outros anos.

 

Nos campeonatos Sul Americanos, que acontecem deste 1951 de 2 em 2 anos, O Brasil só não participou em 1964 na Argentina. Todos os outros, desde 1951 até agora, em TODOS, a nossa Seleção masculina conquistou o Ouro!

Na Copa do Mundo de Vôlei (acontece de 4 em 4 anos, e desde 1977 é no Japão) , nos anos 80 (1981 / 1985 e 1989), conquistamos consecutivamente 3º , 4º e 5º lugares. A seleção masculina é a atual Bi-Campeã deste campeonato (2003 – 2007).

 

CURIOSIDADES:

- O recorde mundial de público em um jogo de voleibol pertence ao Brasil contra a Itália. Estiveram presentes 26.500 pessoas.
- O jogo mais demorado foi o de atribuição do 1.º e 2.º lugar dos Jogos Olímpicos de 1976, onde Polônia e União Soviética jogaram durante 4 horas e 36 minutos.

Continua... em breve, tudo sobre a seleção feminina de vôlei durante os anos 80, Jaqueline, Vera Mossa e a geração que popularizou também o vôlei feminino por aqui.

Semana que vem aqui na seção Esportes dos anos 80, tudo sobre as Copas do Mundo de 82 (o Dream Team do futebol brasileiro) e de 86.

 

Paully


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