Lembranças
Importados do Paraguai - Parte 2

Vamos continuar com nossa viagem aos anos 80 relembrando dos produtos importados do Paraguai que eram trazidos pelas sacoleiras.

Vamos começar pelas maquiagens que encantavam as meninas, claro que muitos desses produtos eram vendidos em perfumarias e farmácias daqui do Brasil, mas eram bem mais caros. Além do batom 24 horas que falamos na matéria anterior, os mini batons também faziam muito sucesso, pois eram vendidos em cartelas com uma variedade imensa de cores, lembravam muito as amostras da Avon, outro sucesso era uma caneta com vários mini batons encaixados uns aos outros super práticos de usar. Outro acessório eram as sombras cremosas com gliter que também vinham encaixadas com várias cores. As maquiagens da Payot também eram super procuradas, o pó compacto e a base cremosa eram top de venda. Veio de lá também a moda do cajal, um lápis grosso para passar nos olhos que além do clássico preto, tinha o verde e o azul. Ainda para as meninas outra coisa que todas pediam eram os brincos de adesivo que vinham em uma cartela em forma de calendário com 30 pares, um para cada dia do mês, todos coloridos ao melhor estilo New Wave. Haviam também as paletas de maquiagem, sucesso garantido.

Outro artigo muito encomendado eram os tênis da Le Coq Sportif , marca francesa com modelos variados que aqui no Brasil eram muito caros. Os modelos de couro com cano alto eram os mais procurados.

Lembro que tambem virou moda a lapiseira com cheirinho de fruta, que eram vários grafites um dentro do outro que a gente ia substituindo conforme iam acabando, essa todo mundo tinha.

Falando em cheirinho de fruta, lembrei dos chicletes que vinham na latinha e aqueles enroladinhos em fitas. O cheiro era bom, mas tinham gosto de papel! Mas o legal era colecionar as latinhas e os mais ousados usavam como porta cigarros.

Lembro também das pistas de Autorama e Ferrorama que eram bem mais incrementadas do que as vendidas aqui. Vinham de lá vários acessórios para essas pistas que nem existiam aqui.

Ainda nos eletrônicos, os duplos decks foram a revolução da segunda metade da década. Poder editar as gravações do rádio com o locutor falando por cima, copiando para outra fita, cortando as partes indesejadas... montar coletâneas a partir de outras fitas, copiar aquela fita que um amigo tinha. Chegaram antes no Paraguai, em 1987 além dos videos cassetes já comentados na primeira parte, o Toca-Fitas duplo (double decks) com Rádio AM/FM era o campeão de pedidos. Depois de 1 anos foram lançados no Brasil, mas ainda com preços altíssimos, a "importação" dos double decks do Paraguai ainda foi forte por mais uns 3 anos...

Haviam também as caixas de fitas cassetes. Sim, porque comprar de caixa era bem mais em conta, e as melhores marcas, Maxell, TDK, JVC, naquela época, com tantas opções de gravadores, gravando discos de vinil dos amigos, gravando músicas das radios ou "passando a limpo" as próprias fitas, havia necessidade de muitas fitas, então já comprávamos de caixas fechadas com 10! O começo da proliferação dos boxes em mini shoppings na Rua Santa Ifigênia foi assim, pequenas lojinhas que vendiam produtos paraguaios com ênfase nas caixas de fitas cassetes, depois foram incrementando e vendendo de tudo, mas foi a primeira de vitrines/boxes na rua dos eletrônicos em São Paulo.

Ainda havia espaço para trazer um Faber Castell de 24, 36 ou 48 cores, porque aqui era muito caro. O de 48 só dava pra comprar o do Paraguai, o vendido aqui era impagável!

Muitas vezes até protetor solar vinha de lá (mas o Paraguai não tem praia... mesmo assim eram de lá que vinham os protetores solares importados e "de marca"). Ah claro... quase ia me esquecendo dos estojos automáticos tão pedidos pelas filhas das amigas... já vinham com tesoura, cola, apontador, borracha, clips, régua, lupa e até termômetro... abria dos dois lados e tudo mais...

É isso pessoal, nada melhor que matar saudades dessa época encantada que foram os 80.


Ivana Fevereiro