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Afrika Bambaataa & The Soul Sonic Force - Planet Rock

 

Lançado em 1982 pelo lendário Afrika Bambaataa, o single de “Planet Rock” foi produzido por ninguém menos do que o mestre Arthur Baker e causou grande impacto no cenário musical, principalmente no Rap e no eletrônico. Baker foi um dos responsáveis pela ascensão de ambos estilos e transformou o single em uma obra prima!

Com uma sonoridade extremamente envolvente, a música tem “Numbers” do Kraftwerk como base e traz samples de “Trans Europe Express”, também do Kraft. Só isso já é suficiente para atestar a genialidade da dupla! Baker sempre deixou explicito que apostava nessa mistura, pois trabalhou tanto com artistas como Afrika Bambaataa quanto artistas como New Order.

Gravado em 7" e 12", podemos conferir desde versões mais curtas até versões mais longas e apenas instrumentais. Mas, mais importante do que relembrar e classificar suas versões, é destacar sua colaboração para a evolução da música, bem como o surgimento de gêneros musicais.

FICHA

"Afrika Bambaataa & The Soul Sonic Force - Planet Rock"
Data de Lançamento:
1982
Estilo: Electro / Break / Freestyle

Lado A
01. Planet Rock (Vocal) - 6:25
02. Bonus Beats I - 1:15

Lado B
01. Planet Rock (Instrumental) - 9:15

Produtor: Arthur Baker
Gravadora: Tommy Boy Music

É a base do chamado beat clássico do Freestyle, usado anos mais tarde por bandas como Information Society, Moskwa TV, TKA, Noel, Will to Power, In-Dex, Company B, entre dezenas de bandas que seguiram na linha Freestyle, chegando até o Duran Duran em 1988, quando o Freestyle já estava no auge. Lançado pela Tommy Boy, que depois do sucesso de Planet Rock, se tornou uma das principais gravadoras de Freestyle no mundo. Por ter sido a primeira música a usar oficialmente samples de outras músicas (as duas do Kraftwerk já citadas) se tornou também a base da idéia do Acid House. O poder de influência desse single é incalculável.

Importante salientar que embora o Rap tenha suas raízes na Black Music, durante muito tempo andou de mãos dadas com a música eletrônica. No seu surgimento, no final da década de 70, carregava muito do Soul, do Funk (o verdadeiro) e do R&B. Um bom exemplo disso é a icônica “Rapper’s Delight” do grupo Sugarhill Gang, que carregava um pouco de tudo isso.

Nos início dos anos 80, ou seja, ainda nos primeiros anos de sua formação, e sem abandonar sua essência na Black Music, o Rap se uniu ao eletrônico, resultando numa fusão perfeita! Essa parceria durou até o início dos anos 90 (sem nunca ter se rompido de verdade, pois o Rap flerta com o eletrônico até hoje).

Como Rap era um dos elementos de um movimento que estava crescendo exponencialmente, o Hip Hop, o single colaborou imensamente com essa rica cultura. As três formas de arte presentes no movimento (música, dança e artes plásticas) formam os quatro elementos basilares: O DJ e o MC (que juntos originam o Rap); o BREAK e o GRAFFITI.

Assim, "Planer Rock" seguiu os passos de Blondie nessa união de estilos e quebra de barreiras (para entender a referência leia o texto sobre o clipe da música "Rapture" de Blondie).

A fusão transformou o Rap e, consequentemente, influenciou imensamente a música eletrônica, resultando no nascimento de outro estilo, o Freestyle. E essa influência é muito nítida quando ouvimos artistas como Information Society, Stevie B, Pajama Party, Noel etc.

A criação dessa obra prima só trouxe benefícios, tanto para os nossos ouvidos quanto para a indústria musical, e nos faz lembrar que na década de 80 ainda eram necessários muito estudo, esforço e suor para se fazer música!

Neste sábado o Autobahn revive o clima de todas essas danceterias dos anos 80: Up & Down, Toco, Contramão, Zoom, Broadway, Woodstock, Victoria Pub, QG, Rhapsody, Rose, Cave, Hippodromo, Playboy, Sunshine entre outras que fizeram história na noite de São Paulo! Você não pode ficar de fora desta viagem no tempo!

Se você viveu os anos 80, sábado é dia de matar a saudade de tudo que rolava nessas danceterias. Se você não teve a oportunidade de conhecer essas casas, sábado é dia de poder sentir como era fielmente a atmosfera numa casa noturna nos anos 80.

Nos vemos lá


Natascha Coelho