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Front 242 - Politics Of Pressure

 


Os integrantes do Front 242, um dos precursores do EBM (Electronic Body Music), tocarão como DJs convidados neste sábado no Projeto Autobahn! Já entrando no clima dessa festa histórica, vamos comentar o EP Politics of Pressure, que trouxe vários hits do Front num único single.

FICHA

Front 242 - Politics Of Pressure
Data de Lançamento:
1985
Estilo: EBM

Lado A
01. No Shuffle - 3:47
02. Don't Crash - 4:50
03. Funkahdafi - 3:20

Lado B
01. Commando (Remix) - 9:11


Engenheiro -
Gilles Martin
Produtor -
Front 242
Escrito por -
D. Bressanutti

Gravadora - Another Side

O Front 242 foi formado por Dirk Bergen e Daniel Bressanutti na Bélgica nos anos 80 e apresentou diferentes formações no início. Após o lançamento do primeiro single em 1981, Patrick Codenys e Jean Luc De Meyer entraram para a banda e em 83, Bergen deixou o grupo e foi substituído por Richard 23.

Apesar de lançarem seus trabalhos em meados dos anos 80, esses belgas começaram a ganhar notoriedade no cenário da música eletrônica e a se apresentar em festivais de grande porte na Europa e nos Estados Unidos por volta de 1985. Foi também neste período que o EP “Politics Of Pressure” chegou às prateleiras das lojas de discos e é um dos trabalhos da banda que você tem que ouvir, pois todas as músicas são excelentes, cheias de ritmo! hehe

“Politics Of Pressure” foi distribuído pela Red Rhino Records na Europa e Wax Trax! Records nos Estados Unidos. O EP inclui as faixas “Don’t Crash”que é um dos hits dos caras, “Funkahdafi”, “No Shuffle” e “Commando (Remix)”. “No Shuffle” aborda os fatos da vida moderna agitada contrastando com um deserto ártico e “Commando (Remix)” trata da individualidade.

“Funkahdafi” é uma música sobre o ditador Gaddafi e para muitos parece uma homenagem. A faixa começa com um sample de um discurso de Louis Farrakhan, um líder religioso do grupo “Nation Of Islam”: “We who are oppressed, love those who fight against oppression and the oppressors” (Nós oprimidos, amamos aqueles que lutam contra a opressão e os opressores).



Para mim, esta faixa é irônica, por dois motivos. Primeiro Farrakhan possuía discursos de ódio contra homossexuais e judeus, apesar de ser um ativista que lutava pelos negros, uma minoria oprimida.Segundo, embora o ditador líbio tenha feito alguns programas sociais em seu governo, alguns anos mais tarde Gaddafi foi acusado de ter cometidomuitos crimes contra a humanidade.

Posso estar errada, mas vale ressaltar que os integrantes do Front, assim como outros jovens músicos da sua época, tinham consciência política, possuíam um bom conhecimento de história e de movimentos artísticos. Eles também demonstravam estar preocupados com o consumismo desenfreado e o vício que a mídia parecia estar exercendo sobre a civilização ocidental, o que podemos ver em outras canções do grupo, entre elas “Masterhit” e “Welcome To Paradise”.

 

Taccy Mikulski