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Malcolm McLaren and The World's Famous Supreme Team - Buffalo Gals |
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Em 22 de janeiro de 1946, na cidade de Londres, nascia Malcolm McLaren. Um dos nomes mais influentes, não apenas do Rock’n Roll, mas de todo o cenário musical. Além de empresário, artista visual, músico e designer de roupas, Malcolm atuou como um importante promotor cultural das entranhas da música mais underground, onde exerceu um peso significativamente relevante, uma vez que foi responsável pela gênese da primeira banda propriamente dita Punk Rock da história, os “Sex Pistols”, em 1975. A musicalidade, a indumentária, bem como a postura de desajuste social, aludindo diretamente aos ideais de protesto ostentados pela banda, foram minuciosamente elencados e regidos por McLaren e sua esposa, o que resultou num sucesso mundial estrondoso dos “Pistols”, que ecoa até os dias atuais.
Tal mérito já seria suficiente para gravar indelevelmente o nome de Malcolm McLaren como uma das figuras mais influentes da cena musical da segunda metade do século XX, contudo, ele foi além. Era um musicista notável e criava com maestria composições que mesclavam o Soul, Funk, Disco Music e Hip-Hop a levadas de música erudita e ópera. No início da década de 1980, com esta amálgama de influências e com o estreito contato que McLaren teve com o cenário musical negro nova-iorquino, sobretudo após assistir aos shows de “Africa Baambaata” e “Universal Zulu Nation” – que inflamou a veia ativista do londrino – nasce, em 1983, seu álbum “Duck Rock”. As referências do álbum, que fundiam o Hip-Hop às mais variadas manifestações culturais africanas, faziam-se presentes desde a capa (ilustrada por Keith Haring) até o último acorde das canções.
Dentre as faixas deste álbum, merece destaque especial o segundo single do “lado A” do vinil: “Buffalo Gals”, composta em 1982. Nesta composição, Malcolm valorizou muito uma técnica largamente utilizadas pelos DJs de Nova Iorque, o “Scratch”, ou “arranhão”, que consiste numa rotação reversa do vinil feita pelo DJ nas pick-ups, afim de que esta sonoridade ocupe sozinha uma linha instrumental da música. “Buffalo Gals” – bem como várias faixas deste disco – conquistou uma aceitação muito distinta e integrou o ranking das dez músicas mais aclamadas na Inglaterra e nos Estados Unidos, o que atribuiu a McLarem o status de um dos maiores divulgadores do Hip-Hop no cenário musical e cultural. Além de ganhar três versões, uma delas com a parceria de “The Wolrd Famous Supreme Team”, a música ainda conta com um extended Dub, chamado “She’s Looking like a Hobo”. Nos parágrafos a seguir, cada uma delas será ilustrada com mais detalhes.
No caso de “She’s Looking like a Hobo”, o extended Dub de “Buffalo Gals”, encontramos uma canção praticamente análoga à original em sua melodia, ritmo, duração e arranjos sonoros, distinguindo-se somente nas palavras que compõem seus versos, algo que a torna muito distinta, até antagônica, de uma das outras versões, a “Trad Square Version”. Neste caso, mantem-se somente a letra da música em relação às demais, pois compostos por arranjos de violino, simulando uma música rural norte-americana, a melodia e o ritmo dão forma a uma música que poderia perfeitamente integrar o setlist de uma festa em alguma fazenda de uma cidadezinha isolada do interior dos Estados Unidos. O efeito cômico é inevitável ao compararmos este single com quaisquer outras versões.
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A versão de “Buffalo Gals” lançada no formato 12 chama muito a atenção, também conhecida como “Scratch Version”, nela o artista eleva a um nível acima a experimentação sonora com este recurso (o scratch), resultando numa melodia com um ritmo mais marcante, novo e interessante, embora inesperado. A linha vocal destorcida agrega um peso mais contundente à composição, tornando-a ainda mais criativa.
Single resultado da parceria de McLaren com um importante grupo de Hip-Hop norte-americano da década de 1980, “The Wolrd Famous Supreme Team”. A última versão do 12" trouxe à música uma roupagem nova, os scratchs apesar de ainda muito presentes, agora se harmonizavam com uma linha de teclados e sintetizadores mais contundentes do que a utilizada na versão original. Os vocais mais diversificados e ora melodiosos também contribuíram para tornar este trabalho inesquecível.
No dia 8 de abril de 2010, Malcolm McLaren faleceu num hospital na Suíça vítima de um câncer no abdômen, entretanto, a repercussão de seu trabalho e a sua larga influência imprimem-se até hoje no trabalho de grandes artistas dos mais diversos segmentos musicais.