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OMD - Enola Gay

 


Single promocional do segundo álbum de OMD, o Organisation, "Enola Gay" foi lançado em 1980 pela Din Disc (selo da Virgin Records) e produzido por Mike Howlett. Além de alguns trabalhos de OMD, Howlett produziu também artistas como A Flock of Seagulls, Thompson Twins, Tears for Fears, China Crisis e Berlin.

FICHA

"OMD - Enola Gay "
Data de Lançamento:
1980
Estilo: Synthpop

Lado A
01. Enola Gay - 3:36

Lado B
01. Annex - 4:32



Publicado por -
Dinsong Ltd.
Impresso por -
Virgin Music (Publishers) Ltd.
Masterizado por -
Rays
Produtores -
Mike Howlett, Orchestral Manoeuvres In The Dark
Escrito por -
McCluskey Humphreys





Gravadora - Dindisc, Virgin

Lançado em 7"e 12", no Reino Unido as faixas são as mesmas, "Enola Gay" no lado A e "Annex" no lado B. No restante da Europa e na América do Norte, o lado B mudou de acordo com o apelo de cada país.

Como já era de se esperar (afinal, qualidade neste caso é o que não falta), a música fez merecido sucesso. O single entrou nas paradas britânicas, onde permaneceu 15 semanas, chegando a alcançar a 8ª posição. Nos EUA, alcançou a 34ª nas paradas das mais tocadas nas baladas, organizada pela Billboard. A resposta do público foi tão grande que o single rendeu disco de prata.

Fazendo referência ao apelido do avião bombardeiro mais conhecido da história, já se pode ter uma ideia do que a musica se trata. Enola Gay foi o B29 responsável por carregar Little Boy, a primeira bomba atômica a ser lançada na cidade de Hiroshima, Japão, no final da Segunda Guerra Mundial. O nome foi dado por seu piloto, Paul Tibbets, que resolveu batizá-lo com o nome de sua mãe. O episódio mudou a história do mundo e o curso da guerra, assolando o país e resultando em milhares de mortes. Com certeza essa não foi a homenagem mais lisonjeira que uma mãe poderia receber. Para alguns de forma sutil mas para outros de forma muito clara, Mc Cluskey questiona a necessidade do uso da bomba atômica e usa até mesmo a ironia para criticar os efeitos terríveis que jamais serão esquecidos.


Um trabalho excelente só poderia contar com um excelente designer! A capa, criada por ninguém menos do que Peter Saville (conhecido principalmente pelo período em que trabalhou para Factory Records), faz um paradoxo bem interessante com o tema. A foto nos remete a sensação de calmaria e paz, a tranquilidade que a aurora do dia nos traz. Um retrato totalmente contrário ao que se formou logo após o lançamento da bomba.

Embora para muitos o tema esteja no mínimo subentendido, parece que gerou muita controvérsia. A execução da música no programa Swap Shop exibido pela BBC1 foi proibida, pois alguns acreditavam que a música falava sobre homossexualismo. Mas, não sei se a confusão de tema e titulo e o pouco conhecimento sobre os fatos da guerra são verdadeiros ou se trata-se apenas de boatos da internet.

Como muitas outras músicas de OMD, "Enola Gay" influenciou artistas de várias gerações e muitas versões foram feitas. A partir do final da década de 90 foi remixada por diferentes DJs, entre eles David Guetta. Inclusive, fez parte da trilha sonora de Valsa com Bashir, filme indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2009 e vencedor do Globo de Ouro 2009 na mesma categoria.

Suficientemente forte pelo tema, este foi o único single do álbum. Excelente tanto na letra quanto na melodia, "Enola Gay" é sensível e cheia de conteúdo. E é por isso que é minha música favorita de OMD!

 

Natascha Coelho