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The Clash - Rock the Casbah

 


Uma música reconhecida em seu primeiro acorde? "Rock the Casbah" do grupo britânico de punk rock The Clash! Lançada em 18 de junho de 1982, foi o terceiro single de seu quinto álbum chamado Combat Rock e se tornou o maior sucesso da banda nos Estados Unidos, atingindo a oitava posição na Billboard Hot 100 e o sexto lugar na parada Mainstream Rock Tracks.

Em suas composições, a banda The Clash traz críticas políticas e com “Rock the Casbah” não poderia ser diferente, passando mensagem de forma direta e divertida, sem soar pedante, a música foi idealizada pelo baterista da banda: Topper Headon. Ele criou a melodia, primeiramente, ao piano, inspirado em sua namorada! Mas, Joe Strummer, convencido pelo empresário Bernie Rhodes, decidiu levar a canção em uma direção diferente...

Influenciado pelos “rumores da proibição do rock no Irã” após a chegada do Aiatolá Khomeini ao poder no início da década de 80 (Revolução Islâmica), o vocalista “canta” a estória de um Rei que é desafiado por sua população e também por seus combatentes áereos, pois dada a ordem para a execução de bombardeios, os mesmos ignoram a determinação e passam a escutar Rock e o povo continua, mais do que nunca, a “agitar o Casbah”!

FICHA

"The Clash - Rock the Casbah"
Data de Lançamento:
1982
Estilo: Punk Rock

Lado A

01. Rock The Casbah - 3:37


Lado B
01. Mustapha Dance - 4:20


Publicado por:
Nineden Ltd.
Engenheiro: Bob Clearmountain
Masterizado por: Howie
Produtor: Mick Jones
Escrito por: The Clash

Gravadora - CBS

 


O mais interessante: não há menção explícita ao Irã ou a algum outro país muçulmano, contudo, apresenta vários termos árabes, judeus, urdus e norte-africanos, como sharif, beduíno, sheik, kosher, raga, muezzin, minarete, etc.

A sonoridade foi comparada ao ritmo raï (opinião e discernimento), muito conhecida na Argélia, reunindo traços da música árabe, francesa e hispânica, sendo utilizado como instrumento de resistência pelos artistas contra os problemas da colonização e de ditaduras vividas naquele país.

Com notas e vocais que criam um ritmo enérgico juntamente com inflamadas guitarras elétricas, percussão e mais uma série de efeitos sonoros eletrônicos, a música reverencia a face “brincalhona” da letra com uma melodia divertida que contrasta com versos simples, resultando em um estilo fácil para dançar.

Algumas curiosidades:

- "Rock the Casbah" virou hino não-oficial das Forças Armadas dos Estados Unidos durante a Guerra do Golfo, basicamente por causa do verso "bombas entre os minaretes". Foi a primeira canção tocada pela Rádio das Forças Armadas após o início da guerra. Isso não deixa de ser irônico, uma vez que, politicamente, a banda sempre esteve ligada à cena de esquerda. A mensagem da canção pode ser entendida de forma que o rock ocidental irá ajudar os jovens do Oriente Médio a derrotar regimes radicais islâmicos.

- Em 2006, a revista conservadora National Review lançou sua lista das 50 canções de rock mais conservadoras de todos os tempos, na qual "Rock the Casbah" apareceu na vigésima posição. A revista destacou o aumento de pedidos para tocá-la nas estações de rádio durante a Guerra do Iraque. Apesar ou por causa de sua popularidade com os soldados da Guerra do Golfo, "Rock the Casbah" foi uma das canções banidas pelo conglomerado de mídia Clear Channel após os ataques de 11 de setembro de 2001.

- No documentário The Future Is Unwritten, um amigo de Strummer declara que ele chorou quando descobriu que a frase "Rock the Casbah" estava sendo escrita nas bombas que iriam explodir no Iraque durante a Guerra do Golfo em 1991. Ainda, de acordo com ele, Strummer disse, enquanto chorava, "Cara, eu nunca poderia pensar que uma canção minha estaria escrita como símbolo da morte em uma maldita bomba americana".

Single Americano:

Tracklist
A Rock The Casbah 3:40
B Long Time Jerk 5:05

Single Inglês:

Tracklist
A Rock The Casbah 3:37
B Mustapha Dance 4:20

 

 

Damaris Camargo