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TKA - X-Ray Vision

 

FICHA

TKA - X-Ray Vision
Lançamento:
1988
Estilo: Freestyle

Lado A
01. X-Ray Vision (Club Vocal) - 6:00

Lado B
01. X-Ray Vision (Dub) - 6:00
02. X-Ray Vision (Acappella) - 2:45

Produção: Joey Gardner
Remix: The Latin Rascals
Gravadora - Tommy Boy

Single de estreia de Robotiko Rejekto “A música “X Ray Vision” foi originalmente composta já no início da década de 1980. Escrita por Pete Sinfield e Terry Taylor, integrava uma das faixas do álbum “Mistery Ticket”, de Moon Martin. Esta versão da canção, apesar de conter uma linha de sintetizadores bem consistente, possui muitos elementos acústicos em diversos trechos, os quais somados ao vocal de Martin, tornaram-na mais melodiosa, carecendo de uma identidade mais aparente.

Passados mais de cinco anos disso, o “House” já se encontrava bem consolidado. Munido de sua contundente bateria eletrônica, ditando a característica batida quatro por quatro e uma aberta experimentação com sintetizadores e teclados, o estilo, segundo alguns era descendente do “Disco Music” da década anterior, já abarcara um significativo e fiel público. Foi neste cenário que surgiu o “TKA”, cujo nome é uma sigla para as iniciais de seus integrantes – Tony, “Kays” Sharp, Aby Cruz e, posteriormente, Angel “Love” Vasquez. Em seu primeiro álbum de estúdio, “Skars of Love” (1987), o trio de músicos porto-riquenhos, no quinto single, resgatou e regravou a composição de Sinfield e Taylor, “X Ray Vision”. Agregaram a ela uma roupagem completamente distinta àquela de Moon Martin. Com batidas mais intensas e um ritmo mais contagiante, observamos nesta nova versão uma linha de teclados e sintetizadores trabalhada de modo mais intenso, delineado e harmônico, o que trouxe à música uma identidade significativamente notável, além de adequá-la perfeitamente às pistas.

O sucesso foi imediato. Em 1988 este single já caíria completamente nas graças do público e fervilhava nas pistas de dança intensamente, alcançando a vigésima sexta colocação no ranking das músicas mais tocadas nos Estados Unidos, um mérito muito notável para músicos de origem latina, cujo espaço nesta indústria sempre fora muito limitado.

Além do single original, outras três versões, deste que é o maior sucesso do “TKA”, foram gravadas: a “X Ray Vision – Club Vocal”, “X Ray Vision – Acapella” e a “X Ray Vision – Dub”. Em cada uma delas, é possível observar que a nova identidade sonora dada à música pelo trio mantem-se intocada, muito embora as experimentações vocais e instrumentais agreguem, em cada uma das três, um conceito muito distinto.

Na versão “Club Vocal”, dois minutos mais longa do que a original, deparamo-nos com uma sonoridade mais melodiosa; com uma introdução significativamente mais longa, observamos rifs de teclado menos cadenciados e com as notas mais estendidas, convidando-nos a apreciar a melodia e a harmonia entre as linhas instrumentais e vocais. Já ao nos atentarmos a “X Ray Vision – Acapella”, com seus singelos dois minutos e quarenta e um segundos de duração, perceberemos elementos musicais mais minimalistas e diretos; apesar da batida constante, os teclados e os sintetizadores aparecem de maneira mais pontual em alguns trechos estrategicamente distribuídos, e de modo menos expressivo, exaltando assim a letra e a linha vocal. Por fim temos a “Dub”, com mais de seis minutos de duração, nela como o próprio nome já pode denotar, são ora retirados e ora repetidos vários trechos da linha vocal, que é muito reduzida em relação às outras versões, enfatizando-se assim os teclados, as experimentações, os sintetizadores, os efeitos sonoros e as mixagens.

Além das versões acima citadas de “X Ray Vision”, vale salientar que esta música também ganhou um videoclipe. Nele podemos observar os integrantes do “TKA” dramatizando a canção através de passos de dança que, embora complexos, são executados de uma maneira muito livre. Durante o refrão, há a execução de um desses passos que, sem dúvida, contribuiu muito para tornar não apenas o clipe eterno, como também a própria música. Neste trecho, todos cruzam os braços num formato de “x” em frente ao corpo, estendendo-os para frente em seguida, num movimento fluido, simulando um raio-x. Até hoje, quando “X Ray Vision” é tocada nas pistas, não é nada incomum observar várias pessoas repetirem esse movimento.

Rapha Mussato